Lesões no ténis: conhecer, tratar, vencer!

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Embora o Ténis não seja um desporto de contacto, há sempre algumas lesões que aparecem ao longo do percurso de um jogador de ténis, seja ele amador ou profissional. Estas lesões podem resultar em diminuição do rendimento ou até, quando são mais graves, no afastamento dos courts de ténis.

É muito importante que todos os envolvidos neste desporto tenham conhecimento das lesões e saibam como actuar quando aparecem, tanto os atletas, como os treinadores, fisioterapeutas, pais, etc...

Lesões mais frequentes

Há alguns estudos que revelam uma maior frequência de lesões nos membros inferiores em relação aos membros superiores e coluna, sendo a articulação do tornozelo a mais frequente, seguido por joelho e pé.

1. Membros inferiores (31-67%) - entorse do tornozelo

2. Membros superiores (20-49%) - epicondilite lateral (considerada crónica)

3. Tronco (3-21%)

1. EPICONDILITE

É uma das lesões mais frequentes, caracterizada pela sobrecarga nos tendões. Ocorre menos frequentemente em atletas que fazem esquerda a duas mãos.

O uso de antivibradores reduz também a incidência da lesão, não havendo no entanto estudos que o comprovem.

A prevalência é maior em jogadores com menos experiência, já que esta lesão também está relacionada com a técnica.

2. LESÃO DA ANCA

Uma vez que o lado não dominante da anca tem os músculos mais "atrofiados", pode levar ao aparecimento de bursites e tendinites.

A osteoartrite é uma doença degenerativa de desgaste da cartilagem óssea e que afecta mais os jogadores de ténis do que as pessoas que não praticam desporto, devido principalmente ao impacto dos membros inferiores no court.

3. JOELHO

As lesões mais comuns são no ligamento colateral lateral e menisco medial. Pode ainda ocorrer lesão do ligamento cruzado anterior, mas com menos frequência.

A dor patelofemoral e tendinopatia patelar são bastante comuns no ténis.

4. FRACTURA POR STRESS

Afecta principalmente vértebras, metatarsos e tíbia e é mais frequente em atletas mais jovens. Os erros técnicos e a sobrecarga de treinos são as principais causas desta lesão.

5. OMBRO

Existe uma frequência muito elevada de atletas com dor no ombro, que resulta normalmente do uso repetitivo e/ou movimento anormal da escápula (lesão nos músculos que actuam como estabilização do ombro).

6. LOMBAR

Uma das principais razões para a dor lombar é o serviço, uma vez que há uma sobrecarga da coluna de forma repetitiva (principalmente o serviço com topspin).
Ensinar serviço com topspin em atletas muito novos aumenta o risco de lesões lombares: fratura das vértebras por stress ou espondilolistese.

Factores de Risco

a) Idade

Embora muitos pensem que atletas em idade mais avançada têm maior probabilidade de sofrer de lesões, há estudos que indicam que não há nenhuma relação. Muitas vezes, os mais jovens, por terem menos técnica, sofrem mais lesões que os mais experientes.

b) Género

Não existe nenhum tipo de relação entre o sexo do atleta e a probabilidade de lesão. No entanto, as mulheres por serem mais susceptíveis à osteoporose devem ter mais atenção às articulações.

c) Horas/Intensidade de treino

A intensidade do treino relaciona-se directamente com o aparecimento de lesões, principalmente a epicondilite lateral. Treino superior a 8h semanais aumenta a probabilidade de vir a sofrer este tipo de lesões.

d) Nível do atleta

Jogadores menos experientes sofrem mais lesões devido aos erros de técnica.

Os profissionais, como têm uma maior carga de treinos, acabam por ser também muito susceptíveis a lesões.

e) Tipo de court

Os jogos em piso duro causam mais lesões nos atletas do que em courts de relva, muito provavelmente pela força do impacto a fazer os apoios para bater na bola.

Prevenção de lesões

- Esquerda a 2 mãos pode evitar o chamado "cotovelo de tenista", no entanto, se for executada com os braços junto ao tronco pode sobrecarregar a coluna.

- O fortalecimento dos músculos diminui a probabilidade de ocorrência de lesões, assim como um aquecimento adequado antes dos treinos e jogos.

- O tamanho da raquete e a boa técnica também ajudam na prevenção de lesões.

- Um calçado adequado é fundamental, assim como o estado da raquete, cordas e bolas que influencia a qualidade de jogo diminuindo também o risco de lesões.



Material gasto ou de má qualidade aumenta o risco de lesão 

Tratamento da epicondilite

1. Aplicar gelo durante 15 minutos, 3 a 4 vezes ao dia.

2. Usar cotoveleiras de compressão para proteger o tendão danificado durante o processo de cicatrização. Colocar abaixo da zona dolorosa e não directamente.

3. Fazer alongamentos específicos: alongamento extensor  e flexor do punho, durante 20 segundos várias vezes ao dia.

4. Fazer exercícios de apertar uma bola antisstress. Repetir várias vezes, 2 vezes ao dia.

5. Fazer fisioterapia. Uma massagem profissional ajuda a reduzir a inflamação dos tendões.

6. Tomar anti-inflamatórios não esteroides recomendados pelo médico.

Este tipo de lesões podem levar semanas ou meses a ser completamente tratadas.

É fundamental continuar com os alongamentos e outras medidas de prevenção de modo a evitar recaídas.